Topa e Pacto pela Vida se unem para alfabetizar moradores do Calabar

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Os programas Todos pela Alfabetização (Topa) e Pacto pela Vida se uniram no Calabar, com a aula inaugural para mais 21 alunos do Topa, na noite da terça-feira (12), na Escola Aberta do Calabar. Esta quarta etapa do Topa conta com 256 mil estudantes matriculados enquanto nas três etapas anteriores do programa foram alfabetizadas 751 mil pessoas em todo o estado.

Domeniciano Bispo dos Reis, 62 anos, mora há 30 no Calabar e já deu a entrada na documentação para se aposentar por problemas de saúde. Ele conta que, mesmo aposentado, ainda quer aprender a ler e escrever e por isso se inscreveu no Topa. “Eu já peguei transporte para o lugar errado porque tenho vergonha de perguntar na rua. E sei que vai ser um exemplo bom para meu filho de 19 anos ver que eu estou estudando, que isso é importante para a vida dele também”.

Iêda Luzia Machado, 59 anos, há 19 morando no bairro, é dona de casa e enumera as dificuldades enfrentadas por não saber ler nem escrever e que deixará de ter agora que será alfabetizada. “Para sair para qualquer lugar minhas filhas têm que abandonar os afazeres delas para me acompanhar. Não sei ler uma bula de remédio, nem o nome do ônibus. Agora eu espero que isso acabe”.

A dona de casa conta também as mudanças que ocorreram no bairro com a implantação da Base Comunitária de Segurança, iniciativa do programa Pacto pela Vida, mantido pelo Governo do Estado. “Hoje em dia a gente vive bem mais tranquila, dá até para estudar. Nós tínhamos medo de sair na rua, a polícia chegava e nos deixava logo assustados. Agora, a gente vê a polícia chegando e dá bom dia, boa tarde”.

Integração - A coordenadora estadual de mobilização do Topa, Ivone Santana, disse que a integração ao Pacto pela Vida no Calabar é importante, uma vez que este último é transversal e o Todos pela Alfabetização é um dos programas prioritários de governo, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia. “Dentro de Salvador, nós temos um número enorme de pessoas não alfabetizadas e o Calabar tem esta demanda. Nós estamos aqui para participar desta realidade que é reduzir o número de analfabetos no bairro”.

Segundo Ivone, a ação no Calabar é diferenciada e começou com um trabalho de mobilização que durou 30 dias e agora é a vez da alfabetizadora Ana Lúcia da Cruz, graduada em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). “O primeiro conteúdo tem a ver com aquele que vai ministrar as aulas. Se os alunos têm um alfabetizador motivado, eles também serão motivados”.

Ana Lúcia conta que motivação não vai faltar, pois ela já trabalha há muito tempo no Calabar, onde mora, e está envolvida nos movimentos da associação local. “Trabalhei na escola comunitária por cerca de dez anos, desde o primário até a quarta série. Então os trabalhos serão dinâmicos e participativos, com a relação bem aproximada, os alunos me conhecem e eu conheço eles”.

Metodologia - A pedagoga diz ainda que a metodologia para o Calabar é especial. “A gente adapta o método à realidade da comunidade, eles trazem uma grande experiência consigo e tudo isso é aproveitado no processo de alfabetização destas pessoas”, assegura.

Além das boas-vindas, a aula inaugural ministrada por Ana Lúcia incluiu a apresentação do programa e discurso sobre a importância de cada um dos alunos no processo de alfabetização e também para a construção da cidadania, tendo em vista a transformação de suas vidas e da comunidade em que estão inseridos.

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